Pósfacio: encerrada a história agora eu tenho que ficar
quietinho. Dá vergonha você ler isso e me dizer, parece que eu falei tudo de
desnecessário, como sempre, e disfarcei a toa todo tempo que... pare de ler
isso! Pare de ler com a cabeça cheia de certeza... que serve pra você. Não,
mocinho. É pra você.
Falta de vontade de parar. E lembrar que a última série tivera
quatro postagens. Eu quis que longas cartas tivessem cinco, achei um número
bonito. Achei um enunciado bonito “as cinco longas cartas pra ninguém”! E se
você acha que elas são curtas, vocês não sabem o que eu passei pra escrevê-las.
O que eu ouvi pra escrevê-las. O que eu vivi, pra que cada dia, um pedacinho de
música fizesse tanto sentido que eu quisesse usá-lo. E colar esses pedacinhos
com a minha própria cola, minha própria poesia. No começo eu queria que tivesse
quanto menos palavras minhas possível, e por fim fui usando cada vez menos
músicas.
É melhor ser amado ou admirado? O que eu faço com a sua
admiração. Você que leu as cartas, você ninguém, que me vem com dizeres tão
positivos, a elogiar minha inteligência e minha sensibilidade, você, ninguém...
você me inveja? Você sabe que eu sou tudo que você tentar ser e ainda tão
melhor? E que... no fim nós dois só queremos estar sentados na varanda, comprovando
que ninguém vence... depois que a gente envelhecer ninguém precisa mais dizer
como é estranho ser humanos nessas horas.
É o fim da picada
Depois da estrada começa uma grande avenida.
Qual é a moral?
Eu não tinha nada pra dizer, por isso disse. Essas foram nossas
horas, essas foram as nossas
vidas. Amours impossibles, défaites, ironies, tudo que tem ser dito, c'est dit.
Je
a dit que jê t'aime.
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