domingo, 9 de dezembro de 2012

I hate my sister

Como em toda relação social de tolerância apenas, onde duas pessoas que não se gostam, apenas se suportam em uma acordo de paz inconsciente, são confinadas a larga convivência, dentro de um ambiente pequeno, um dia essas pessoas se estranharam em uma séria cisão do contrato.
Bem, é como se as duas estivessem trancadas em um ambiente infestado por gás e a primeira que riscar um fósforo, um gesto que parece tão ínfimo,  inicia uma explosão.
Por muito tempo tenho aguentado a convivência com a minha irmã neurastênica aqui dentro desta casa, que não é segredo para ninguém, é uma pessoa que eu odeio, eu tenho motivos pra não gostar dela, se eu a defendi em alguma fase da minha vida não significa que eu goste dela, mas por um senso de justiça, além do que, só queria vê-la bem longe de mim, longe de mim ela é como outra pessoa qualquer, mas tê-la por perto é muito ruim, pois além de ser miserável, uma pessoa miserável com pensamentos estreitos, visão de mundo estreita, cristã meia boca; histérica, sempre gritando, com a filha de quatro anos (não que crianças não mereçam gritos, mas se isso assusta a gente, imagine uma criança que só sabe sentir medo, pois antes dos 6 anos as coisas não causam raiva, só medo a elas), e as cachorras, que são uma consequência de uma escolha passada, onde eu não queria mais cachorros, mas ela e minha mãe não se furtavam de estar sempre arrumando mais; dado a suas condições sociais, problemas com a família do pai da criança, uma falta de pensão aqui, um desemprego ali, dinheiro pras cachorras com o veterinário, cachorra atropelada, não pode estudar, etc.; evidentemente uma pessoa sem sossego mental que eu vinha aguentando a estupidez quieto a um tempo considerável com paciência monástica, sempre deixando o banheiro ensopado e não secando, dando banho na menina quando eu tinha que tomar banho pra ir pra faculdade, enfim, qualquer coisa que eu me opusesse a ela sempre tinha uma resposta ríspida, mesmo que ela estivesse mesmo errada, claro.
Eu realmente raramente faço algo nesta casa, como limpar, lavar e passar, somente cozinhar e lavar a louça é algo que faço com frequência. Acontece que gosto de estar sozinho, e gosto menos ainda de saber que alguém assim esteja por perto. Por isso só fazia as coisas quando estava sozinho, e sei que na cabeça miserável dela isso é motivo pra me chamar de vagabundo. Não obstante eu passei um dia sem fazer arroz e isso causou grande revolta a ela. Bem, é comum mesmo que nunca vejam o que você faz, mas sempre vejam qualquer deslize que você cometa. Mas eu já muito farto desta me descontrolei, e me descontrolei de veras pra caralho, eu queria quebrar algo dela, algo dentro dela, um osso só, ou algo nela, um copo, só isso. Pra não fazer isso fui obrigado pela minha adrenalina a atirar coisas e socar mesas e paredes, senão eu iria enfartar sem ter como extravasar.
Agora estou fazendo menos ainda, na mente dela ela deve estar me xingando mais ainda, e como é descuidada ela deu prova disso, falando algo de mim hoje, sem saber que eu estava aqui.
Eu definitivamente só posso ter pena de uma pessoa assim, que não sabe aceitar que as coisas são feitas de colaboração, que é outro nome pra interesse. Eu não faço nada por ela sem que seja pelo fato de que eu saiba que é por que eu terei isto de volta. Exemplo, eu não uso a impressora, mas recarrego, mesmo que seja pra ela, meu primo e minha tia usarem, por que depois eu posso precisar de favores deles também. Sempre que o computador precisa de alguma coisa, e ele não é só meu, eu pago sozinho, e ele já precisou ein! Mas nem ela nem ninguém sabe apreciar essas coisas, elas sabem dizer coisas como "mas de usar a moto dela você gosta", claro que meu pai também não poderia se furtar de uma fala destas. Eu não posso gostar de uma pessoa que não sabe aceitar lado difícil algum, apelando sempre pra este patético deus de puro amor que ela acredita que é o da sua igreja. Eu não posso nem sequer tolerar o gosto musical dela, são coisas intragáveis. Logo, se ela fosse outra pessoa qualquer, que não minha irmã, eu manteria distancia dela. Infelizmente a sociedade conveniou-se a não deixar que laços de sangue sejam manchados por tais pensamentos, eu devo amar as pessoas insuficientes pra mim. Bem, eu tenho essa novidade pra vocês, mentes estreitas ligadas a mim por sangue, peguem a minha irmã, a moto dela, a pobre herdeira dela,  (a qual eu não detesto em si, pelo contrario, tenho, dó pelo infortúnio de ser filha de uma pessoa que está fazendo de tudo pra torná-la outro ser medíocre, e espero, que assim como, muitos, ela se salve um dia; crianças são inocentes neste mundo sendo tornadas em lixo pelos pais, o fato de serem barulhentas e chatas é outra coisa) peguem o calendário com uma foto horrenda da criança, enorme, que ela colocou na geladeira, em mais uma demonstração de inobservância do fato de que mora com outra pessoa que tem um gosto totalmente diferente dela, e eu não coloco uma foto minha com uma maquiagem maravilhosa na geladeira, por exemplo; peguem tudo isso, e balancem no colo vocês, por que eu, simplesmente odeio esta pessoa cega que está se trombando aqui com sua própria miséria. A miséria de não enxergar as coisas como elas são; de remoer as coisas, em um bom desejo de vingança e justiça por mãos Superiores sobrenaturais; de se achar sempre no direito de fazer tudo que bem quer e responder com rispidez quando contrariada; de nunca ouvir, por que está sempre gritando (claro que ela não ouve alguém como eu, qualquer outro parente dá um pitaco besta e ela vai atrás, ocorreu um exemplo que vou declinar de narrar, esses dias, e ela se fudeo); de não se responsabilizar, enfim, pelas escolhas que faz, pois elas sempre trazem consequências. Como eu disse, há anos ela escolheu ter duas cachorras, ou há anos ela escolheu correr um risco... e teve uma filha. Bem, eu penso nas coisas antes pra não sofrer as consequências depois, mas as pessoas fazem o contrário. A maior amargura de pensar além das coisas como elas são, é viver perto de alguém que vê apenas o que está na estreiteza da visão comum, por isso, ladies and gentlemen, eu odeio minha irmã, e quem gostar, pega, brinca, leva que é de graça, ao invés de me dizer como eu devo proceder com esse sentimento pouco aceito no quesito familiar.

domingo, 1 de julho de 2012

Lados

Já parou pra pensar no lado que não é o ruim puro, mas o que seria tão além de ruim, seria assustador e desse modo não é pessimista, mas é tão otimista que te faz se sentir confortável nas perspectivas que te acontecem?
Todos os dias tentamos fechar o coração, pra nossa defesa própria, dizemos que ele está congelado, que é de pedra... (coração de pedra não faz sistole, não bombeia... dificil viver assim, ein?) já pensou um dia acordar e realmente descobrir que não tem coração? Você nunca mais iria sentir nada, quereria desesperadamente sentir, nunca poderia mesmo viver, porque não se apaixonaria não só por pessoas, mas por coisas, seus animais não te bastariam, sua carreira não te bastaria, você nem conseguiria achar uma, nunca acharia nada que gostasse! Viver sem um coração, no sentido figurado é tão dificil quanto viver sem ele literalmente, seria viver em sentido vegetativo.
Por outro lado, assustador, amedrontador, e não sei se do mesmo otimismo, me ocorreu que é triste não ter ninguém pra compartilhar sua alegria, seus bons momentos, imagine o quão triste seria não ter pra te ajudar nos péssimos, bem, talvez o otimismo esteja ai, você ainda não teve um mal momento tão ruim que lamentasse por tudo estar sozinho, você nunca morreu na sua vida, pense morrer sem ter ninguém por quem você queria viver, seria uma vida além da sua, eu penso. Eu acabei de pensar que ademais eu não ter ninguém pra compartilhar os bons momentos, poderia estar morrendo sem ninguém pra me dar um último beijo. Pois o meu medo não é da morte, é da vida que a precede! Vai doer estar lá até ela chegar, por que quando ela estiver lá, eu não estarei.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Alma prisão do corpo

Foucault, em uma análise que não tem nada a ver como assunto em que vou utilizá-la, e também não é especificamente do jeito que vou explicar, mas pra meu propósito vai servir, se você quiser filosofar sobre a ineficiencia dos sistema penal comtemporâneo pode ficar lá pelo vigiar e punir, está bem no começo, antes da 50° página, boa sorte. Duplicidade de corpo, ou outro corpo que acaba sendo uma alma. Entenda pelo perfeito exemplo de um rei, ele é um cara com o corpo dele, e o cargo dele, se o corpo dele morrer outro ocupará aquele lugar,a função é sempre a mesma, e ela pesa, pesa como outro corpo, como uma alma que o envolve, ser rei. É um ser com dois corpos, o seu próprio e esse outro que o envolve, essa alma é a prisão de seu corpo. Eu tenho posto muita gente, muito corpo, na alma que desejo. Eu acho a pessoa e pá, ela se encaixa, uma garota gótica, que gótico não ia querer? Ou qualquer outro tipo de pessoa alternativa, um garoto meio que indie, conhecedor de boa música, bons filmes, ter assunto, se identificar com seus gostos, ter coisas em comum que são mera afinidade artistica, coisas assim... tem pessoas que carregam a alma que eu quero. E eu também carrego a que algumas querem, e então não se importam com o corpo verdadeiro, só com esse. Ou com todo o conjunto. Bem, isso acabou de mudar em 50% minha vida, eu sei o último conjunto que realmente amei, depois dela todos os outros tem sido corpos quaisquer em uma alma que chama atenção. De verdade em verdade vos digo, admitam isso pra vocês mesmos e tenho a séria esperança de que 25% dos seus problemas estarão resolvidos, você poderá chegar e se declarar pro corpo que está na alma que você quer, e se ele não te aceitar você pode seguir em frente sem o menor arranhão no ego, pois você pode dizer a ele, ou mais sensatamente apenas a si mesmo, enquanto se declara: "estou apaixonado pela alma que te circunda, pelo que você representa pra mim, se me quiser de algum jeito também ótimo, senão, fale logo que vou seguir aqui com meus devaneios". Esse é o mais perto que cheguei de uma tese comportamental sobre paixão, que pode ser o que mais perto cheguei de pensar em resolução sobre amor, quando você gostar de verdade do corpo que está dentro daquela alma será amor, daí... sinceramente, você está fudido, não posso te ajudar com isso ainda, mas antes disso, fica aqui esse alerta, verifique esse deslumbramento ai, pode ser só admiração por uma alma envolvedora, daí o resto, parece frio, né? Mas eu chamo honestidade e eficiencia. Se você for honesto com você te poupará muitas decepções, e portanto, é eficiente, não? Deixe pra ser "quente", deixe pra ser bobo, quando estiver amando realmente ;)
PARE DE ENGANAR A SI MESMO, qualquer dia seu cérebro vai mandar um grilo ou coisa assim pular no seu ombro pra dizer que você não o engana mais.

domingo, 25 de março de 2012

A psicologia do atrofiado

Atrofiado de sentimentos eu chamo aquele que por ter ficado muito tempo sozinho, que tenha sido furtado de ter alguém pra compartilhar seus sentimentos mais íntimos, se esquece de certa forma como é ter companhia amorosa, ou como tratá-la, ou como conquistá-la, e por fim atalha ao fim de qualquer sentimentalismo confessando a si mesmo que se não pode ter o que quer, e se o que quer é isso, então não precisa querer o que tem. Se desvinculando do sentimento piegas que se expressa por ai tão bem na boca do povo na citação Shakespeariana “Só porque alguém não te ama como você quer, não quer dizer que não te ama com tudo que tem”. O atrofiado diz que essa pessoa pode pegar o seu amor e... bem, fazer o que quiser dele, pois se alguém não lhe dá o que você quer, o que lhe obriga a dar de mal grado de volta a ela algo que você também não queria, que é apenas a amizade? Atrofiado é todo aquele que então se reserva de demonstrar sentimento exacerbadamente pra sua própria segurança, num dado momento, e a partir daí acaba se adaptando tanto a seu intento que mais que naturalmente depois não saberá como, depois, em que quantidade, ou quando começar a fazê-lo fluir de novo.

A autopreservação deve superar a ideia de altruísmo imposta pelo senso comum, vivemos em sociedade e devemos nos ater a respeitar, colaborar, conviver pacificamente, etc, mas não simpatizar e amar a todos. Se alguém já sentiu que tem demais de uma coisa e de menos de outra, esse alguém é um atrofiado. Admitir uma convenção ao invés de disfarçar de sentimento não faz mal ninguém também. Perdemos até a noção de coleguismo. Colegas são pessoas que não escolhemos, no trabalho, na escola, em sociedade, nada tem de sentimento nisso. Eu mesmo proponho sempre a mim uma instituição de “em que podemos ser úteis um ao outro” quando começo a conviver com uma pessoa, esse é um pacto que todos deveríamos ter conosco abertamente, em toda relação que iniciamos. Autopreservação é ser sincero consigo mesmo, e assim evitar que o subconsciente se preocupe em nos alertar disso. Eu mesmo não me lembro de nenhum sonho há muito tempo. Meu subconsciente deve se ocupar muito pouco no sentido da vazão dessas coisas. Sendo mais explicito, é admitir pra si as coisas mais horríveis que você mesmo possa pensar, pra que elas fluam por sua mente consciente, ao invés de ficarem te atormentando de um lugar mais obscuro. Admitir que você odeia tal pessoa, por exemplo, vejam que digo admitir e não seduzir-se a ideia de realmente odiá-la, pra mim ódio é tão natural quanto amor, e porque não? Ódio deve vir de forma tão natural quanto qualquer outro sentimento de admiração ou repúdio, ou seja, não querer odiar, querer odiar se existe, é muito superficial.

Admitir que na negativa de amor romântico a amizade é forçosa e indesejável, que não, não é melhor do que nada, e sim nada é que é melhor; ser azedo, mesquinho e orgulhoso nesse sentido, negar esse prêmio de consolação, ajuda a elevar o ego. Se você não tiver ego elevado vai cair em todas as pancadas que te derem. Admitir que fazer mal a alguém te daria muito prazer é mais que humano. Rousseau é um grande utópico sonhando com o homem naturalmente bom. Antigamente o homem não poderia de modo algum guardar ressentimento violento, sendo que acabava sempre dando vazão na caça, ou na guerra, mas hoje toda nossa socialização e civilidade nos tolheram disso. Não podemos fazê-lo, mas porque não podemos sentir?

Admitir seus mais obscuros sentimentos irá te salvar de que eles transbordem depois, e saiam por si só numa missão mais perigosa, que é realizar a vingança que o impotente sempre guarda dentro de si. A vingança do instinto humano vai além de se direcionar pra real vitima, pó se direcionar a si mesmo ou outro alvo inocente. Admitir que você não gosta de um familiar, mesmo de seus pais, de seus irmãos; admitir que você não se importa nenhum pouco com alguém, ou que ainda pior, quando esse alguém sofre, por dentro você sorri; que você, justificadamente não gosta de crianças, elas são inocentes, você também já foi criança, e também será velho, mas e daí? Isso não quer dizer nada, só que você não gosta de algo. Veja que sua raiva já se desreprimiu em 50%, você mantém a paz na sociedade e consigo mesmo, não quer dizer que você sairá matando as pessoas que não gosta. Mas pode se dar ao direito de “não ligar pra elas” livremente. O cristianismo nos impôs essa ideia medíocre de amar a todos, num golpe de imposição da igualdade pra pessoas que não são iguais. Ou seja, uma moral única que não se encaixa a todos os padrões, mas quer se valer como universal. AMAR A TODOS! AMAR O PRÓXIMO! Num raio de quantos metros será que Jesus se referia ao próximo? Não é blasfêmia, nem brincadeira, há quem defenda que Jesus quis apenas dizer com isso amar a comunidade, o próximo mesmo, os que convivem conosco de forma direta e interligada. Quando o homem não é somente amor, é pulsão de vários sentimentos, o cristianismo vem tentar podar os sentimentos que nos fazem vivos, afinal, o que é a vida pra religião monoteísta? A vida está no além, o que é a que vemos? Nada.

Bem, pra onde interessa: Chutar traseiros de gente que coloca frases como aquela nos status. Uma pessoa que adere ao prêmio de consolação ou é porque é um covarde, ou porque quer fazer ela valer, assim se sentindo livre do sentimento de culpa quando imputa sua negação a alguém, ou seja, quer manter uma amizade depois de dar o fora em alguém. Um covarde também. Pois se de um lado houve a força de vontade de aceitar que fora romance, não se queria mais nada naquele terreno, então do outro não se venha fazer sofrer mais ainda a quem derrubou o castelinho de sonhos, com a decepção própria, que garanto, é muito mais branda que a do outro. Lembrando ainda do que eu escrevi em um texto anterior “As pessoas frias não estão aqui pra mostrar sua superioridade. Não estamos aqui pra fazer questão de sermos chamados de metido ou antipaticos, estamos nos protegendo de vocês. Vocês são o real perigo, não nós. Vocês são efusivos, confundem os sentimentos, abusam da bondade, da amizade, dessa percrustração de barreira chamada intimidade. Favores... eu gosto de fazer favores por saber que as pessoas me devem alguma coisa. Vocês já me confundiram o máximo que puderam, me elogiaram e tentaram dissecar meus sentimentos pra não fazer nada com eles. Comprendam que sou mais simples e prático que vocês. Tudo que me move é interesse. A diferença é que eu admito.” As pessoas que dão o fora ainda se vêem, vez por outra, no direito de reclamar, além de imputar a frase do Shakespeare, não contentes em pacificamente oferecer sua amizade, elas tentam impor por chantagem emocional, revertendo a situação a seu favor. “Não sabia que era só isso que eu representava pra você, eu só sirvo pra isso, como amigo não?”. Tome o controle do seu mundo perante suas mãos e responda um sonífero: “É!”, porque, poxa, SÓ pra isso, tem coisa mais forte que o amor nesse sentido? A pessoa além de estar tentando reverter a situação pra si, acabou de renegar séculos de discussão sobre a dedicação de quem ama. Não se deixe ser logrado de sua magoa! REAJA! Você já foi logrado da possibilidade de um romance. Se não há realmente carência do sentimento de amizade, então pra que mantê-lo? Apenas por política de boa vizinhança, só se for. Mas de si mesmo você não precisa esconder.

Ainda mais longe, tem gente que admite que já tem demais, amigos suficientes. E já que as pessoas não te dão o que você procura, então nada mais há do que procurar nelas. E se isola, por que há um amontoado de tanto faz andando lá fora. Atrofiado é aquele que não percebe mais a necessidade das convenções sociais em um “oi” ou “bom dia”, ele caba sendo tão cristão por fim, por que todos pra ele se tornam iguais mesmo, qual a necessidade de um tratamento que não a indiferença pra pessoas iguais? Você falou com uma falou com todas, não?

E por fim: não que outras pessoas, amigos realmente, sejam culpadas pelo que acontece nessa linha tão instável da vida, o romance, mas se você não tem o que quer, é continuar dando o que você não quer ou não tem mais apenas por uma aparente obrigação. Se desvencilhar da imposição de beijar, se importar, e dar abraços faz bem de vez em quando. Oi, como vai tudo bem é um tapa na cara de um ser humano. Claro que não está tudo bem, quer ouvir minhas reclamações? Não quer, realmente não, né? Então ta, sai fora. E tipo, o carinho vem de dentro; gatos! Gatos tem uma personalidade exemplar, você pode tê-los criado a pão de ló, e eles são ariscos aos seus carinhos quando adultos, eles são mansos, não arranham, só se muitos irritados, porque não foram mal tratados na rua mas criados dentro de um lar tranqüilo, mas nem por isso são obrigatoriamente mimosos. E às vezes são. Às vezes dois gatos criados do mesmo modo são totalmente diferentes, como dois irmãos seres humanos o são, portanto, tomemos leigamente que isso vem de dentro não de fora. Aceitem seus amigos com atrofia de sentimentos, ariscos a carinho e que não conseguem pronunciar eu te amo. Vocês nunca conseguirão encontrar mais sinceridade que isso, o fato é que não gostamos de sinceridade, por isso não nos agradam esses estranhos seres que se esquivam de contato físico e emocional, se eles pudessem seriam tão sinceros com vocês que doeria nos nervos.

Então, nos atemos a ser sinceros com nós mesmo.

Eu sou Gustáve Caligari: eu não consigo mais dizer eu te amo, eu não gosto de bom dia de pessoas estranhas, nem abraço, nem beijo, nem nenhuma intimidade forçada. Das pessoas conhecidas, algumas são delicadas e outras não, alguns toques invadem e outros confortam, alguns pesam. Porém ainda acho que olhar nos olhos é necessário, aliás, atalha muitas coisas, às vezes eles não me chamam atenção então não sinto necessidade de olhar nunca mais, nem de mostrar os meus. E acho que para o infortúnio da pessoa, isso se resume ao fato de que ela é desinteressante pra mim. Eu detesto pieguice, não acho que alguém possa ou deva ser tão fraco que realmente devamos nos importar com o que dizer a ela, apenas devemos evitar, porque nossa opinião não é dogma. Desacredito no resultado da demonstração de carência; esqueci como é ser sentimental, às vezes esqueço que as pessoas a minha volta são, quando eu tornei tudo mais racional, mas não desacredito que eu mesmo possa a voltar a ter sentimentos fortes um dia. Mas não acho que isso virá de mim, assim como essa situação atual não foi uma escolha também, foi uma conseqüência. Eu sou como um teórico do amor, houve épocas em que eu nem suportava a menção disso ou sexo. Hoje eu vivo como um estudioso de religião, para o qual é uma prática sem fé alguma, apenas teoria. Eu perdi a paixão, não venha me cobrar o que eu não tenho, C'est La Vie.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Desculpas para as minhas palavras

"Eu ergui paredes
Uma fortificação profunda e poderosa
Que ninguém possa penetrar
Eu não tenho necessidade para amizades amizades causam dor
É risadas e é amar que eu desprezo
Eu sou uma rocha
Eu sou uma ilha"
E to aqui com Simon, Garfunkel e um pequeno cubinho de gelo, que me dá muito orgulho. Tem um dentro do copo e outro no msn. Vendo as palavras que mandei pra uma pessoa, há um tempo, quando se acredita que quebrar a barreira, baixar as defesas, trará alguma gratificação. Se apaixonar por alguém que todo mundo se apaixona não é bonito, não é legal, não é justificável. Suícidio é justificável, amor não. Resistir é a diferença. Amor sim, é fraqueza, é o medo de estar sozinho, é o nunca mais poder agir de todo si. As pessoas acham bonito, suícidio pra mim é bonito, justificável, forte, assaz eficiente pra acabar com tudo que causa dor, inclusive amor.
Minha maior gratificação é estar sozinho, sozinho sozinho mesmo, não sozinho acompanhado. O mal de existir é essa solidão acompanhada. eu estava lendo as coisas que escrevi pra ela, palavras tão brilhantes com um propósito tão inútil. "I have my books and my poetry to protect me; I am shielded in my armor" (Eu tenho meus livros e minha poesia para me proteger, estou guardado em minha armadura). Então pensei que deveria me redimir. E reverter minhas boas palavras pro lado bom, a resistencia.
As pessoas frias não estão aqui pra mostrar sua superioridade. Não estamos aqui pra fazer questão de sermos chamados de metido ou antipaticos, estamos nos protegendo de vocês. Vocês são o real perigo, não nós. Vocês são efusivos, confundem os sentimentos, abusam da bondade, da amizade, dessa percrustração de barreira chamada intimidade. Favores... eu gosto de fazer favores por saber que as pessoas me devem alguma coisa. Vocês já me confundiram o máximo que puderam, me elogiaram e tentaram dissecar meus sentimentos pra não fazer nada com eles. Comprendam que sou mais simples e prático que vocês. Tudo que me move é interesse. A diferença é que eu admito. Nós, vamos voltar a falar de nós. Esse texto não é meu, é pra nós, os anônimos dos textos do blog. Te ouvi, te conheci, deixei que jogasse sua miséria em mim por nada. Eu assisto Grey's Anatomy pela Christina Young!
Por favor, guardem sua efusividade pras pessoas que te escravizaram nessa teia egoísta chamada amor, que se eu tiver algum de novo um dia eu juro que faço o mesmo, vamos ser práticos, não me toquem, me ajudem a congelar aqui, na boa, vai, me ajuda ai, e quem não vai brincar senta lá.
"Escondendo em meu quarto, salvo em meu ventre
Eu não toco ninguém e ninguém me toca".

http://www.youtube.com/watch?v=My9I8q-iJCI


Finais são bençãos ambivalentes.