quinta-feira, 6 de maio de 2010

Outro poema

Ao que meu amor me pede nada posso negar. Se for bom sorrirei com o coração alegre, se não me agradar acatarei humildemente. É um ter com quem mata a minha lealdade a mim mesmo. Quem é esta que ousa arrombar o coração de Gustave Caligari?
Com qual audácia ela venceu minha vitória! Como ela sabe destruir minha tristeza? Quando eu pensei que havia perdido a batalha ela reaparece com mesma muiteza!
E como ela é muitaz! Me faz não querer mais que bem querer, não contentar me de contente. E assim estou preso por vontade, o coração roubado de bom grado. Pra você mais um poema. Ele se chama:

Da Arte de Minhas Palavras

De cada dez de meus pensamentos são dela 9,5
Ao perder, porém, eu ganho
Tuas mechas douradas, teus olhos castanhos
Isso sem dizer que ainda cuido em perder
Nunca acordo cedo suficiente para ver o sol nascer
Se perco um prazer minino assim, ainda assim, tenho sempre você
Talvez seja louco de te criar e recriar como eu quero só pra mim
Suas mãozinhas de veludo, sua pele de cetim
E ainda que eu fosse conquistador de meia pataca
E que as aulas de literatura só me deixassem mais perpicaz
Teu sorriso que tráz alergria, tua voz que tráz a paz
Ah, se eu fosse esse rapaz!
Eu te digo que escrevo agora como manda a lição
10% sentimento, 90% de transpiração
Me esforçando com as rimas e o formato
Traçando as frases com cuidado
Oh, sim, que artesão poderia ser eu
Que velhaco dissimulado
Mas teu beijo no meu rosto e sua presença ao meu lado
De toda essa arte da palavra não consigo usar a enganar
Ainda que eu conseguisse
100% de esforço e nenhum de coração
Meu suspiro em seu ouvido, sua mão em minha mão
Eu não teria pelo que enganar por tanto tempo amor tão puro
Eu não continuaria tão firme e tão seguro
Tremulando e fraquejando
Desistindo então quem sabe
Teu amor arfa em meu ar, seu coração em meu peito cabe

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Finais são bençãos ambivalentes.