quinta-feira, 15 de novembro de 2007

David já era...

...Mais comum que a mentira quando ainda mais novo que a sinceridade, infelizmente. Sua meia vida fora mais meio vivida até agora que a metade do que se possa imaginar. Todo o potencial para ser “mais um apenas” é colocado na nossa cabeça desde criança, pra andar na direção do gado, tocar no tom que a banda toca, olhar na direção que as mão se estendem. Se você vai acreditar que é realmente assim está só em você. David sempre acreditou. Seguiu todos os passos para ser um bom cristão e ser humano temente a Deus, não perdia uma missa, mesmo que o desagradasse ter que ser assim, era, e ele escondia sua indignação porque se Deus soubesse não valeria a pena. Mas... Deus sabe de tudo, mas mesmo assim ele conseguia contornar, por que parece que dá pra Deus não saber? Ele nunca disse isso a ninguém. Nem a ele mesmo. Enfim, ele rezou, trabalhou, arrumou dinheiro para ajudar em casa, amou pessoas do sexo oposto, claro, mesmo que ás vezes se sentisse muito atraído por homens, ele reprimiu isso também. Ele ficou muito bom nisso. Conseguia reprimir tudo que era ele mesmo. Só que um belo dia ele acordou e sentiu que já tinha acordado antes disso. Ele comeu (refeições sempre nas horas certas, todas as quatro) e já sabia o que ia comer de alguma forma. Ele se vestiu (roupas tão qualquer quanto qualquer coisa qualquer que possa ser qualquer coisa, feia, roupas comuns) já sabendo que roupa era, que cor, que toque, que cheiro. Ele saiu de casa pela saída que já sabia como era, mesmo não sabendo que tinha uma lata de lixo derrubada pelos cães, ele sabia. Ele chegou ao seu trabalho e já sabia que estaria atrasado, que lhe dariam uma chamadinha, o que engoliria, e o que diria, quando abriu a boca para falar pela primeira vez naquele dia, depois de horas acordado, ele sabia tudo que ia vazar dali. Ele não tinha o gosto de escutar a si mesmo, se não visse ninguém também não ouvia o som de sua voz. Afinal, não importava e falar sozinho é maluquice. Ele sabia o que ia ser o almoço. Ele sabia que o cachorro olharia pra sua cara implorando por um pouquinho, ele sabia que ia chegar cansado, sabia que caminho ia tomar pra escola a noite, que teriam pessoas no meio dele, que teriam cães, senhoras, carros da exata cor, e começou a se incomodar. Na hora de dormir sabia segundos antes de rolar pra um lado que ia rolar pra um lado. E sabia que ia começar a gritar feito desesperado e que sua mãe irromperia o quarto como uma louca, sabia que seu pai viria em seguida, sabia que continuaria a gritar até a mãe lhe dar um remédio pra ele dormir, e sabia como era a tontura antes de fazer o efeito. Só não sabia se estava vivendo as coisas duas vezes, com uma diferença de milésimos de segundos, pois era essa a real sensação, ou se estava adivinhando apenas. Quando acordou, segundos depois acordou. Quando se levantou, segundos depois se levantou. Era uma vida vivida duas vezes com diferença mínima de tempo. Foi infernal, ele recomeçou a berrar, mas viu que ia sair correndo agora, e saiu correndo agora, não viu mais sua mãe, nem seu pai, somente viu um rosto muito familiar, lindo, muito pálido e com olheiras bem profundas, já sabendo que ia vê-lo. E de repente tudo parou. E aquele rosto ele não conhecia. Ela se aproximou e disse: Agora você é meu, acho que deve vir comigo.

E ele surpreso por não ter previsto aquilo perguntou: mas... E a minha vida?

_Você perdeu, sinto muito.

_ Eu...

_ Sim.

_ Mas o que aconteceu comigo, porque eu não vi? Porque não houve um déjà vu dessa vez?

_ Se quer mesmo saber... aquele não era você, você já estava morto há muito tempo dentro daquele corpo – disse a morte apontando pra trás.

Antes de se virar e ver a ponte, a estrada lá embaixo, e seu corpo sangrando esparramado ele viu a ponte, a estrada lá embaixo e seu corpo sangrando esparramado.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Como anda a Superglue

Os sonhos estão sendo bem colados, admito. Com dificuldade eles voltarão ao projeto com algumas (in) felizes (?) modificações. Díficil? Não está fácil mesmo!
Mas quem disse que a vida é fácil?
Tudo mais dói, tudo mais deprime e destrói. Os sonhos giram em torno da razão do meu viver e do viver da minha razão. Ela. Obrigado por existir, obrigado! Porque senão... quem sabe?
Quem disse que temos que estar vivos o tempo todo, aliás?
Se Deus existe alguém diz a ele como é mal por termos que ficar vivos o tempo todo. Alguém bem burro, um espírita, por exemplo. E as punições para toda essa blasfêmia, põe na conta do papa.

Por isso este é o conto de um suicida, porque raios ninguém nunca escreveu nem disse algo bom sobre isso. Ele se chama:

"O conto de um suicida, porque raios ninguém nunca escreveu nem disse algo bom sobre isso"

Feliz? Ele só queria mesmo ser feliz. Se ele tinha alguém na vida, se amava alguém, ou se era tão mesquinho para isso, não importa; estamos aqui pra falar da morte de Joanne Lou, que nunca conseguiu saber se era feliz, quem era realmente, o que queria realmente, se amava alguém, se se importava com algo ou alguém, e tinha todos os conflitos existências em sua cabeça e o sentimento de deslocamento que só alguém que se importa em ler coisas como essas tem. E a pergunta: Temos sempre que estar vivos?
Será que eu não posso ao menos estar sempre morto? Será que um maldito deus vai me fazer mesmo viver pra ver se mereço o reino dos céus?
Ok, pois ele vai ver! Ah, vai.
Joanne Lou tomou todos os remédios que encontrou em sua gavetinha maravilhosa, todos mesmo, dentro de alguns minutos ou ele estaria curado de todos os seus males ou estaria passando tão mal que se forçaria a vomitar até as tripas. E também para que nenhum imbecil o achasse e lhe salvasse a tempo de uma lavagem estomacal ele se sentou na janela de sua sala, de seu apartamento, no décimo andar. Ele estava grogue dentro de cinco minutos, seu estômago estivera vazio o dia inteiro. Ele se segurou até quando pode, mas por fim ele adormeceu e caiu. Ele achou que isso seria realmente lindo... E foi. Ele caiu e rachou o crânio e quebrou tudo o que tinha direito. E deixou uma poça de sangue que não sairia tão fácil.

E sim, fez isso às três da madrugada. No térreo não havia nenhum apartamento, apenas uma espécie de hall de entrada, bem pequeno, só tinha a porta de entrada para o elevador e para a escadaria. Era um condomínio. A portaria era bem mais pra frente, o bloco onde Joanne morava pouco importa. O que importa é que ninguém ouviu o baque do corpo. O que importa é que era segunda feira, portanto, não havia nenhum morador voltando de uma noitada ou algo assim pra ver nada. Todos dormiam a espera de seu maldito próximo dia de trabalho. Mas Não Joanne, ele estava livre, e estendido no chão, numa poça, achado por nada mais nada menos que uma dessas felizes senhoras chatas que todo mundo odeia, justamente por que acordam bem cedinho, pra observar a vida alheia. Ela avisou a sindica, aos berros. Ela estava ficando quase louca de tão chocante que foi, queria dar mais problema aos que estavam por perto do que o próprio cadáver. Dizia que ia ter um ataque, que tinha taquicardia, que era fraca, que afinal, merecia morrer com um tiro na testa naquele momento por querer roubar a cena de nosso personagem principal. Mas ela que se dane. Não importa o que aconteceu com o corpo, com o aglomerado, com aquele maldito condomínio, com aquelas malditas pessoas, pois assim pensava Joanne Lou, e assim pensaremos como ele. Ele enfim saiu de seu corpo sem sentir nada que um corpo físico pode sentir. Ele era um espírito mundano agora, com problema a resolver, por que abandonou seu dom de viver. Era malquisto no céu, e um banquete para o inferno. E quando os enormes portais de fogo e sofrimento se abriram diante dele ele gritou:
_ Eu não acredito em tudo isso!Fiquem com suas podres almas pecadoras! Eu não sou assim!
Ele gritou com tudo o que podia. Gritou como se ainda tivesse pulmões e quisesse destruí-los, mas nada doeu. Nem sua garganta, nem nada.
E as portas se fecharam e os o demônios e gritos fugiram espantados.
Foi então que logo em seguida um anjo do Senhor apareceu cercado de sua iluminação própria. Ele era muito belo mesmo, usava uma manto muito branco e tinha uma voz mais suave que uma manhã de primavera. Disse a Joanne que seu ato provava que queria se salvar, por isso vinha em nome do Senhor dizer a ele que poderia ter mais uma chance, poderia lhe devolver a vida e...
_ Então por que ele mesmo não vem me dizer isso? Não sou bom o suficiente, não? Pois mande ele enfiar essa vida onde quiser, você tem nariz. Pois bem. Que ele rasgue todo o destino traçado pra minha vida e enfie nos narizes mais angelicais do Paraíso!
O anjo sem se alterar disse ainda:
_ Vejo que você renega sua vida. Pois bem, podemos lhe purificar no purgatório, assim você se tornará uma alma pura, já que é isso que você quer. Então terá direito ao reino dos céus finalmente. Sua força de vontade alegra ao...
Usando do sorriso mais sarcástico que pode Joanne então disse com o tom mais vitorioso que conseguiu:
_ Você não vê? Você e esse Senhor não usam a infinita sabedoria? Ele me deu livre arbítrio, esqueceram? Ei! Você esqueceu, seu Deus imbecil?!
Eu não acredito em nada disso também! Quer me destruir agora? Quer que eu seja um espírito apegado as coisas do mundo? Que eu sofra por isso?
Vamos lá! Afinal a escolha é de quem? HUHAHHAHHaHhAHaHhAHaHhAHhAa – ele ria como se fosse explodir, nunca tinha sentido tanta felicidade, tanto triunfo – De quem é a escolha?
O anjo ficou pasmo. E começou a ficar transparente. Começou a falhar como um holograma. Ele estava morrendo. Cada vez que alguém não acredita há uma conseqüência. Um anjo morre, Deus se torna menos sólido, uma parte do paraíso cai, etc.
Joanne Lou então deu o golpe final.
_ Eu não acredito em NADA DISSO!!!
E esmurrou o anjo com os dois punhos. Um belo gancho de direita no estomago e um de esquerda no rosto. O anjo explodiu. Foi como se abrisse um cômodo cheio de luz na escuridão. Ele se foi.
Joanne era uma alma livre, uma mundana e maldita alma apegada a esta podre camada, este reino medíocre chamado Terra. Feito para testar pobres mortais que anseiam o perdão por seus atos egoístas e hedonistas e nada mais.
Porém ele podia ir onde quisesse, andar por onde quisesse, como e quando quisesse, sem comer, descansar, dormir ou temer. Nada podia detê-lo, poucos podiam vê-lo, ouvi-lo, mas ele... Ele podia observar a todos. Ele podia sentar no topo do lugar mais alto do mundo e observar o mundo sem sentir sua magoas, dores, tristezas e injustiças, sem sofrer suas doenças.
E a única coisa que ele prezava quando vivo viu que não valia, e ele sabia, nada perto do tinha agora. Amor. O amor é apenas um consolo, uma força que te faz continuar, ele não quis continuar. Agora ele tinha a liberdade. Agora... Ele gritou do topo daquele lugar: EU ACREDITO EM VOCÊ, FELICIDADE!!!

Quem disse que temos que estar vivos o tempo todo mesmo?

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

"O inferno são os outros" Do velho Sartre

Construir tudo aquilo, aquela velha história. Que eu não vivo há muito tempo.
Eu sou um rosto desgastado, cansado de tudo e de todos, reclamando na madrugada. Mas esse rosto não tem rugas. Muito o que viver ainda? Eu devo realmente pensar que pode acontecer de novo? Sim, claro. Mas acho que felizmente por um lado não, já encontrei o que precisava.
Logo então, do que estou tratando?
Exatamente tudo aquilo, é, aquilo! Construir, o início. Ver que está pensando se aquela pessoa tão especial pra você pode ser bonita, linda, ou não. Tudo isso além do seu limite de pensamento superficial e à margem de qualquer influência alheia. Ver que aquela pessoa está te despertando algo a mais, reparar em todos os seus traços, modos, trejeitos, o que pode ser bom ou não, e relevar o que não é. Pensar se ela, naquele momento, está também fazendo isso! Se também está desprezando tudo o que não serve e absorvendo tudo o que precisa pra tomar a decisão. A decisão. Isso... chama apaixonar-se. E com a decisão tomada chega sempre a hora da ação. E você sabe, você pode não saber como fazer, ou apenas como começar, mas sabe que tudo dará certo.
Depois as glórias. Mas não importa o meio, talvez nem o fim, é triste que geralmente haja um fim. É sim, nada dura pra sempre por que os humanos são burros. O que eu queria lembrar é o começo, será que eu fiz tão bem, será que realmente vivi essa maravilha perfeita num momento raro ou é sempre assim? Uma parte sim.
O que eu quero? Eu acho que não quero mais nada, já achei o que procurava.
Eu ainda estou aprendendo a ser carinhoso. Não preciso que me pressionem, preciso que aprendam a lidar com isso junto comigo. Eu devia agradecer por certa pessoa existir, e que forma melhor pra isso que retribuir. Isso tudo é falta de costume, a pressão não vai ajudar em nada, as brigas, repreensões, quando se está mal não se pede pra ficar pior. Talvez eu não tenha culpa, talvez eu realmente queira isso, vida, amor e tudo mais, mas não me deixam. Acabam comigo, não colaboram, fazem eu me sentir o pior, o culpado, o rebelde, o errado, o irritadinho, o revoltado, o réu, eu estou cansado.
Algum dia os guardas iram até o cativeiro e verão que o réu fez uma brilhante fuga, no recinto nem sinal de nada, levou tudo que precisava e só deixou um bilhete pra alguém ler e contar pros outros, porque nem em papel descente escreveu. "Vou sumir, tchau."
Nem adeus, tchau, simples e amistoso até, sem zombaria, quem se acredita livre faz a sua liberdade sem nada temer.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Totemo ureshikattayo
Eu estava tão feliz
kimi ga warai kaketeta
Quando você sorriu pra mim
subete wo tokasu hohoemi de
Com um sorriso contagiante
haru wa mada tookute
A primavera ainda está longe
Tsumetai tsuchi nurakatte
E a terra gelada ainda está molhada
Mebuku toki wo matte tanda
Eu estava esperando pelo dia em que a primeira grama nascesse
tatoeba kurushii kyou datoshitemo
por exemplo, mesmo com o doloroso dia que foi hoje
kinou no kizu wo nokoshite itemo
Mesmo se as feridas de ontem resistirem
shinjitai kokoro hadaite yukeruto
Quero continuar confiando nas pessoas
umarekawaru koto wa dekinaiyo
E não posso me tornar outra pessoa
dakedo kabatte wa yukerukara
Mas posso mudar meu jeito de ser
Let's stay togheter itsumo

Músicas em japônes pra irritar
Por que eu não entendo nada
Por que não quero entender
Por que não quero achar apoio pra minha tristeza
Por que...
Por quê?

sábado, 22 de setembro de 2007

"É pau, é pedra, é toda alvenária..."

Todo dia conta um novo!
todo os dias olha o povo
a cidade
a roupagem do mundo
e não se importa
queria ele apenas alguem pra dividir a vida!
não pra se apoiar, tem gente que sabe como se bancar!
tem gente que precisa de muletas.
tem gente que sabe onde tá pisando e gente que pisa onde tá mais fácil.
apenas mais um louco
pra melhorar um pouco!
apenas mais um posto, pra abastacer e continuar a estrada
sem reparar nas casas e nos seres humanos!
só na magica natureza que rodeia
e se algém cheirando a flores ou terra ou andando sem rumo no meio da estrada lhe chamar a atenção, então...
_pra ondes vai?
_pra todo lugar e lugar nenhum!
_quer uma carona?
pra começar um mundo de andarilho vagabundo!
pra começar.

Sei muito bem o que quero, só estou me fazendo de sonso. Crueldade, besteira? Eu deveria me acostumar e mudar? Digam isso pra pessoa que realmente toma conta aqui, a gente se vê pouco, mas geralmente ela fica gritando eu quero isso e aquilo lá no fundo.
Ok, aqui está, lá vou, é pra já, mais alguma coisa, miss dayse?
Amor, liberdade, desejo, pessoas o que eu realmente quero, entrem lá e convençam a cabeça dura que é minha consciência, eu, por mim, faço todas as cagadas possíveis e imaginárias, sedo a todas possibilidades, não sei nem por onde começar. Pau pra qualquer obra mesmo. Depois é aguentar a realidade interior. E ela bate forte quando quer, vocês nem imaginam, velha maldita. Eu não vivo sem ela. Capaz até dela vivar sem mim.
Todos sabemos o que realmente somos, queremos e fazemos, só estamos nos fazendo de desentendidos.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Uma dor que dói e não é a minha orelha inchada pelo piercing
Uma tristeza profunda que só consigo explicar a existência pelo fato da própria tristeza existir
Talvez seja isso
O fato da própria tristeza existir
Só isso que ainda me deixa triste assim
Como um home que pode ir ao lugar mais divertido do mundo, dançar,beber, cantar, amar e ter a melhor noite de todas
Quando volta pra casa sabe que há uma baú ali
O que tem dentro ele não sabe bem
Mas lhe incomoda muito
Dele é impossível se livrar
Talvez ali dentro esteja guardada a própria tristeza
E assim... ele sabe que nunca poderá ser totalmente feliz
Não sabe se poderá dizer que é realmente feliz
E nem se é feliz
Claro, o fato de a tristeza estar ali não o faz triste
Toda a felicidade do mundos se encontra lá fora
Mas ele não pode deixar de se preocupar
Nunca
Não sei quando começou, até quando vai durar, tristeza tem sempre cara de sempre
Jeito do que irá durar vida inteira
Você acha que amores tem jeito de sempre? Felicidade?
olhe bem, eles não o tem
Você sabe que passará
Se preocupa que acabe
Mas tristeza... você nunca, nunca, se preocupa que poderá passar ou acabar


"I fought the war, but the war won"

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Tu e Eu
por Luis Fernando Verissimo


Somos diferentes, tu e eu.
Tens forma e graça
e a sabedoria de só saber crescer
até dar pé.
Eu não sei onde quero chegar
e só sirvo para uma coisa
- que não sei qual é!
És de outra pipa
e eu de um cripto.
Tu, lipa
Eu, calipto.


Gostas de um som tempestade
roque lenha
muito heavy
Prefiro o barroco italiano
e dos alemães
o mais leve.
És vidrada no Lobão
eu sou mais albônico.
Tu, fão.
Eu, fônico.


És suculenta
e selvagem
como uma fruta do trópico
Eu já sequei
e me resignei
como um socialista utópico.
Tu não tens nada de mim
eu não tenho nada teu.
Tu, piniquim.
Eu, ropeu.


Gostas daquelas festas
que começam mal e terminam pior.
Gosto de graves rituais
em que sou pertinente
e, ao mesmo tempo, o prior.
Tu és um corpo e eu um vulto,
és uma miss, eu um místico.
Tu, multo.
Eu, carístico.


És colorida,
um pouco aérea,
e só pensas em ti.
Sou meio cinzento,
algo rasteiro,
e só penso em Pi.
Somos cada um de um pano
uma sã e o outro insano.
Tu, cano.
Eu, clidiano.


Dizes na cara
o que te vem a cabeça
com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras,
escolho uma terceira
e no fim digo o sinônimo.
Tu não temes o engano
enquanto eu cismo.
Tu, tano.
Eu, femismo.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Até agora eu: fui feliz por um tempo em uma cidade de proporções que eu não imaginava, não imagino e não sei se imaginarei, ela pulsa e mesmo de longe parece viva, me chama e quando a visto ela me faz muito bem. Quando se é pequeno tudo é grande, eu e mudei para um cidade que deve ser do tamanho do meu ex bairro, por isso não senti a diferença, a cidade continuava a ser monstro, não era viva, mas um monstro enorme pra mim. E tudo era longe. Mas hoje tudo é relativamente perto, pequeno e desconfortante, a cidade parece que dorme ou jaz aqui, isso pode acontecer com elas, mas eu vivo, e cresço... Eu conheci várias pessoas, detestei várias pessoas e amei várias pessoas, quanto mais se cresce mais se percebe como o que você viveu ontem pode ser pequeno em relação ao hoje... Eu fiz várias coisas e aprendi várias coisas fazendo essas várias coisas, eu comi várias coisas e recomi, vesti e revesti, assisti e reassisti, amei e reamei, odiei e reodiei, descobri que ás vezes é preciso morrer pra nascer mais forte, então morri e remorri, e que também é preciso amar o que se odiava e vice-versa.

Conheci pessoas, fiz delas minhas amigas, e achei que gostava delas, bem, desde o ínicio, vejo agora, que nunca gostei. Amei pessoas e amei mesmo, sem arrependimento ou concisão, construí belas paixões e com algumas delas até um belo momento que parece ter durado uma vida. Pois uma vida é algo bom que você sabe que pode acabar, que você pode acabar, mas não tem nunca essa pretensão muito fortemente. Mas a vida acabou e só hoje eu jogo fora os pedaços dela. Daí você vai e encontra outro jeito de viver. Fui abandonado, fui readmitido, achei uma nova pessoa pra construir uma vida ainda maior. Planejei tudo como alguém que monta um complexo dominó, eu sabia que ia dar certo. Mesmo que termine sua obra nunca deixe de construir nela sempre, ela pode ir desmoronando e se acabar por ela mesma, ou... alguém pode fazer isso por você, então, o que você levou meses, dias, horas de esforço, alguém vem e derruba com alguns minutos. E te faz passar raiva, solidão, tristeza, saudade, e logo se matar de sentimentos depreciativos, você vai e morre de novo, tudo isso foi péssimo e te deixou mais forte, faz o que tem que ser feito, deixa tudo pra trás. Conheci músicas, cidades vizinhas, lugares bonitinhos, a desnecessidade de um ídolo, de uma sexualidade, de um freio qualquer. Ganhei então um gosto visual, um gosto estético pra mim, uma subcultura e um gosto musical e literário. Aprendi o preço das coisas. Fiz coisas inesquecíveis, divertidas, chorei e acabei com o dia da pessoa que era minha vida, acabei com a pessoa da minha vida. Fui feliz, fui triste, fui inxado de tanto chorar. Encontro o que eu realmente preciso em outra pessoa, tenho um sentimento ímpar por ela, sofremos, choramos, vivemos ainda que longe estamos muito perto. E de quebra uma pessoa que não significava muito pra mim consegue se tornar uma das pessoas que eu mais amo, uma das minha únicas ligações com o mundo que eu abandonei e uma fonte de divertimento e chateação infindável. Podia eu estar agora no meu conceito atual de total niilismo. Como esta mais alguma? Sim, por onde andei arranjei outras, pra brigar, rir, inventar moda, ver meninas insosas, pra não dizer horríveis, pedirem pra ficar comigo e comer torcida de um sabor abominável. Mas eu realmente devia ter parado em “um monstro enorme pra mim”, quero uma cidade que me assuste, que esteja viva, que me surpreenda todos os dias, pessoas que saibam seus lugares, ou seja, de estranhos ou amigos, quero minha inocência de volta. Quero aquela criança balançando na rede colorida com o maior urso da prateleira ao lado, e um relógio que ganhou de presente dos pais que tanto ama. Cheguei até aqui e descobri que a quero de volta. É só isso.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

My baby wants to drive the train
But don't you let her, don't you let her touch the tracks
I said my baby wants to drive the train
Well all aboard yeah, and don't forget to mind the gap
Don't you let her, don't you know
She's sick and tired of
Being in the background, the passenger
Let her drive the train, oh!

Choo Choo!
Why don't you let her drive the train?
Choo Choo!
Why don't you let her drive the train, yeah

She's setting off from platform four
Make your way down, we'll shut the door bout quarter to five
I said she's setting off from platform four
And they've decided that they're gonna let her drive

Don't you let her, don't you know
She's sick and tired of
Being in the background, the passenger
Let her drive the train, oh!

Choo Choo!
Why don't you let her drive the train, oh...
Choo Choo!
Why don't you let her drive my train, yeah

Choo Choo!
Choo Choo!
Choo Choo!
Choo Choo!
"Saudações, Cidadãos

Nós estamos vivendo numa era
Em que a perseguição de todos os valores
Que não
Dinheiro, sucesso, fama, glamour
Foram ou desacreditados ou destruídos
Dinheiro, sucesso, fama, glamour
Porque nós estamos vivendo na era da COISA!"

Superficial?
Profundamente superficial eu. Como dois extremos que se tocam.
Eu me sinto assim, e não é ruim, eu to sono e to escrevendo besteira aqui nem sei porquê! Devia ir dormir, e pensar como eu quero mais é que tudo se foda, trabalho, mundo, gente e obrigações mais. Sim, pessoas são obrigações, vocÊ se faz ficar ficando a ser explicar pra elas. Quero mais que chova dinheiro na minha cabeça do nada, quero que a casa mofe, que o quarto suma na poeira e na bagunça. Ódio é o veneno que se toma querendo que os outros morram, eu quero que as coisas morram, eu as odeio, quero que algumas pessoas continuem vivas pra ver minha ascenção, por isso não as odeio, apenas não as suporto! Por isso eu não saiu daqui se não pra atolar no meu hedonismo ou para morrer sem um pingo de sanidade.

sábado, 25 de agosto de 2007

Trilha Sonora da minha vida (Uau!)

1- Créditos de Abertura:
Keep Yourself Alive - Queen
2- Ao acordar:
Whatever - Iggy Pop ( e que musiquinha legal!)
3- Primeiro dia de aula:
Any Time at All - Beatles
4- Infância:
Harry - Bauhaus
5- Ao se apaixonar:
Our Last Summer - ABBA
6- Música de Batalha:
No Go - Ramones
7- Fim de namoro:
I can't get no satisfaction/A Flauta Mágica - Cassia Eller/ Edson Cordeiro
8- Formatura:
Stella was a diver and she was always down - Interpol
9- Vida:
I Wanna Live - Iggy Pop
10- Faculdade:
In Between Days - The Cure
11- Colegial:
Glass Spider - David Bowie
12- Depressão:
Heaven knows I'm a Miserable Now - The Smiths
13- Na estrada:
Teatro dos Vampiros - Legião Urbana
14- Flashback:
Sorrow - David Bowie
15- Reatando namoro:
Get Happy- Happy Though Hall
16- Casamento:
Abertura 1812 - Tchaykovsky
17- Nascimento do filho:
Genesis - VNV Nation
18- Batalha Final:
Stand By Me - Oasis
19- Cena de morte:
All the young Dudes - David Bowie
20- Música do Funeral:
Bohemian Rhapsody - Queen
21- Créditos Finais:
Moonage Daydream - David Bowie


Qual seria a trilha sonora de sua vida?
O jogo funciona assim :
1- Abra sua lista de reprodução (Winamp, Media Player ou derivados)
2- Coloque em "Ordem Aleatória", vulgo random/shuffle.
3- Aperte [play]
4- Pra cada pergunta, coloque a música que estiver tocando.
5- Quando for pra outra pergunta, mude de música!

segunda-feira, 20 de agosto de 2007


Lost Boys - Zombina and the Skeletones

We're lost boys never going home
We're lost souls born to be alone
But there's something you got know
We're the ones who make it so
But our time is coming around

I bet you work real hard for the money that you got
It takes a whole lot of crime to line these pockets
I bet you work real hard for the money that you got
It takes a whole lot of crime to line these pockets

All the lost boys and the girls that are losing it...
Go work it out!

I know a girl, she's one of kind
But the poor little thing, she's going out of her mind
There's something you forgot - there's a reason why she's lost
Cos baby she don't want to be found

I bet you work real hard for the money that you got
It takes a whole lot of crime to line these pockets
I bet you work real hard for the money that you got
It takes a whole lot of crime to line these pockets

All the lost boys and the girls that are losing it, go work it out
All the lost boys and the girls that are losing it, go turn it up
All the lost boys and the girls that are losing it, hear what I say
All the lost boys and the girls that are losing it - TAKEDOWN G.R.A.!!


/o/ \o\


Vontade de não fazer nada ou vontade absurda de fazer nada?
Quem sabe ser nada. Sou uma nuvenzinha. Um balãozinho, sem ninguém pra segurar a cordinha eu saio voaaando, fuiiiiuu. Um garoto perdido.

sábado, 18 de agosto de 2007

From Googoo to Dandan, meu moranguinho alucinógeno!^^

Nem toda noite terminará em sorrisos

Nem toda tentativa terminará em sucesso
Assim como nem toda dor terminará em apredizado
E nem todo ato terminará em satisfação

Nem sempre se terá forças o suficiente
Ou paciência
Ou tempo
Mas nem sempre se aplica deixar isso vencer!

Nem sempre você vai estar por perto
Nem sempre vai haver inspiração
Nem sempre vai haver sua mão
Seu abraço
Seu corpo
Ou qualquer pedaço

Nem todos os caminhos dão em Roma
Nem toda poesia pode ser boa
Nem toda refeição dará prazer
Nem toda noite trará alguma coisa pra fazer

E tão certo como tudo isso
É que sempre que eu me vir nessas situações
Irei de encontro a você

sábado, 4 de agosto de 2007

"Aaaah/ eu só queria me casar/ com alguém igual a você!/ E alguém igual não há de ter/ então quero mudar de lugar."
Você têm o que fazer? Eu não!^^

segunda-feira, 30 de julho de 2007


"Sempre fui solitário, mas aqui, nas praias noturnas do sonho,
a solidão flui sobre mim em ondas que envolvem e arrastam meu espirito!
Jogo areia nas águas escuras. Os grãos queimam enquanto caem e ne trazem de volta
um passado distante ...quando meu rosto era altivo e os olhos cheios de
orgulho."
Sandman

0%/1@/2))5

Podemos conviver com lembranças, porque elas não falham! Sempre imutáveis e boas!
Mas podemos lembrar delas sem lembras das pessoas que moram nelas? Um homem pode errar, machucar, magoar, mentir, ferrir e fazer todo tipo de coisas vis.
Mas uma boa lembrança não pode nos fazer nada disso! A não ser que queiramos. Testemunhamos em primeira mão o poder das lembranças! Vemos pessoas matarem por elas, e morrerem defendendo-as. Mas não se pode beijar uma lembrança, você não pode tocá-la ou abraça-la, lembranças não sangram elas não sentem dor, elas não amam.
Tenho medo justamente de que as lembranças se apaguem, quero pô-las em moldura de marmore, pois tenho medo de que elas se apaguem aos poucos!

ass: Dominique New

domingo, 29 de julho de 2007

Só to tentando alcançar a imortalidade, dá licença?

Às vezes me dá vontade de gastar dinheiro em algo bobo
Comprar um maço de cigarros
E sentar num lugar do passado,
onde boas lembranças se deitam,
Pra olhar pra elas e pensar na vida e como o presente come a gente.

Só to tentando alcançar a imortalidade, dá licença?

Às vezes me dá vontade de gastar dinheiro em algo bobo
Comprar um maço de cigarros
E sentar num lugar do passado,
onde boas lembranças se deitam,
Pra olhar pra elas e pensar na vida e como o presente come a gente.

sábado, 28 de julho de 2007

"umare kawaru shiroi hikari
itamu hodo ni sosoide
awai yume to kizu wo saite
kono karada wo tsurameku
karamitsuita kiokutachi wo
konagona ni kowasu no
hikari ahure atarashii asa wo
misete ageru wa"

Vamo lá, todo mundo! o/

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Futuro brilhante? Eu realmente não quero essa vidinha uó! Vocês não entendem?
Estranhos, malucos, desparafusados, vagabundos, hedonistas, amigos meus, obrigado por existirem!

sexta-feira, 27 de julho de 2007


"I'm an alligator, I'm a mama-papa comin' for you
I'm the space invader, I'll be a rock 'n' rollin' bitch for you
Keep your mouth shut, you're squawking like a pink monkey bird
And I'm bustin' up my brains for the words

Keep your 'lectric eye on me, babe
Put your ray gun to my head
Press your space face close to mine, love
Freak out in a moonage daydream, oh yeah!"

Clichê, né? ; )

Apenas Mais Uma De Amor

Lulu Santos

Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido

Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer

Eu acho tão bonito
Isto de ser abstrato baby
A beleza é mesmo tão fugaz

É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer

Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer

Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Compre mais eterno

Saia e viva mais
Gaste um tempo perdendo tempo
Ganhe um objetivo
Leve um sonho como alento
Ande e e volte atrás
Onde esqueceu sua inocencia
Vá e dance a noite inteira
Pisoteando a prudência
Tome um pouco de vinho, whisky, gim ou niilismo
Vem comigo, corre, gira, grita
e te joga no abismo
Vai, morre jovem, e encontra o paraíso
Não foge do desejo, e então padecer não será mais preciso
Voa um pouco nas cabeças confusas
Induz alguém
Vai, volte sempre
Compre delirio e desespero também
Saia com cara de overdose do banheiro
Morrer feliz é o mínimo que espero
Afinal já te falei, compre mais eterno

Autoria "Pópria".

Acho que consigo postar todos os dias. Eu gosto!^^

When I feel that I don't have the time...
This make me so bad.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Promessa de Googoo volta pra trás, pra frente, dá cambalhota e salto mortal.

Não é legal algo que só quem sabe que é pra si poderia entender?
E depois que quem sabe pode nem ver...
Algo pra tudo e pra ninguém.
Algo pra você também!


Lua mágica
Minha dádiva
Meu maior segredo
Me faz voltar a não ter medo
Me ama pra sempre?
Friends for ever
In this togheter?
Liga pra mim
Diz que ainda me ama
Me deixa desesperado
Pergunta se eu to comendo
Faz um comentário idiota, depois de um dos meus longos discursos
Briga comigo e me diz que eu sou um estúpido
Hoje eu tive um pouco do queria
E não me sinto muito bem
Se você aumentar meu desespero eu saberei que está tudo ok!
Eu não vou fazer nada
Apenas saberei
E poderei continuar
Por que o que eu preciso você não pode me dar
Mas se estiver em você eu não exitaria em roubar

terça-feira, 24 de julho de 2007


Só lembrando...

"I don't practice goticysm, to be Perky it's cool at all, Nothing in the world would make me let my evil's fame down! ;D"
I was told a million times
Of all the troubles in my way
How I had to keep on trying
Little better ev’ry day
But if I crossed a million rivers
And I rode a million miles
Then I’d still be where I started
Bread and butter for a smile
Well I sold a million mirrors
In a shop in alley way
But I never saw my face
In any window any day
Well they say your folks are telling you
To be a super star
But I tell you just be satisfied
To stay right where you are

Keep yourself alive keep yourself alive
It’ll take you all your time and a money
Honey you’ll survive

Well I’ve loved a million women
In a belladonic haze
And I ate a million dinners
Brought to me on silver trays
Give me ev’rything I need
To feed my body and my soul
And I’ll grow a little bigger
Maybe that can be my goal
I was told a million times
Of all the people in my way
How I had to keep on trying
And get better ev’ry day
But if I crossed a million rivers
And I rode a million miles
Then I’d still be where I started
Still be where I started

Keep yourself alive keep yourself alive
It’ll take you all your time and money honey
You’ll survive

Keep yourself alive
Keep yourself alive
It’ll take you all your time and money
To keep me satisfied
Do you think you’re better ev’ry day
No I just think I’m two steps nearer to my grave
Keep yourself alive
Keep yourself alive mm
You take your time and take your money
Keep yourself alive
Keep yourself alive
Keep yourself alive
All you people keep yourself alive
Keep yourself alive
Keep yourself alive
It’ll take you all your time and a money
To keep me satisfied
Keep yourself alive
Keep yourself alive
All you people keep yourself alive
Take you all your time and money honey
You will survive


Keep Yourself alive - Queen

Finais são bençãos ambivalentes.